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Audiência discute sistema de saúde de Ouro Preto

Audiência discute sistema de saúde de Ouro Preto

Audiência discute sistema de saúde de Ouro Preto

Câmara Municipal de Ouro Preto - Audiência discute sistema de saúde de Ouro Preto


A crise no relacionamento entre a secretaria de saúde e os médicos que prestam serviços ao município norteou os trabalhos da audiência pública promovida pela Câmara na última quinta-feira, 28, para debater o Sistema Único de Saúde (SUS) em Ouro Preto. Durante a audiência, a secretaria de saúde e a classe médica apresentaram versões diferentes sobre a crise, mas concordaram num ponto: a necessidade de um canal de diálogo contínuo entre as duas partes. “Na audiência tivemos uma visão ampla da saúde em Ouro Preto e os médicos não foram apontados como os vilões da história. Foi constatado que os médicos são parte do problema, mas também são parte da solução”, avaliou Eduardo Filgueiras, representante do Sindicato dos Médicos de Mina Gerais na reunião.

Para o secretário de saúde, Ariosvaldo Figueiredo, a participação da classe médica na audiência foi um fato histórico. “Foi a primeira vez em que os médicos tiveram uma participação organizada nas discussões envolvendo a saúde pública. Acredito que baixa representatividade da categoria nessas questões não voltará a se repetir em Ouro Preto”, declarou. A audiência contou ainda com a presença do prefeito Ângelo Oswaldo (PMDB), do promotor de Meio Ambiente de Ouro Preto, Flávio Jordão, do provedor da Santa Casa, Targino Guido, do Padre César Eduardo Moreira, pároco da paróquia de Cristo Rei e membro da Pastoral da Saúde da Santa Casa e do secretário do Conselho Municipal de Saúde, Hilton Timóteo. A Câmara foi representada no evento pelo seu presidente, Maurílio Zacarias (PMDB), pelos membros da Comissão de Saúde do Legislativo, vereadores Wanderley Kuruzu (PT) e Sílvio Mapa (PSDB) e pelos vereadores José Maria Germano (PMDB), Flávio Andrade (PV) e Maria José Leandro (PDT).

Carga Horária

A crise na saúde teve início quando a prefeitura alterou o sistema de trabalho dos médicos lotados na secretaria de saúde. O novo modelo estabelece para os médicos uma permanência mínima de duas horas nos postos de saúde e o cumprimento de diário de 15 consultas. “Os postos trabalham com consultas pré-agendadas, por isso acreditamos que manter os médicos no posto por mais tempo não resulta em maior número de atendimentos. O atual sistema é mais inteligente pois está baseado na produtividade, na presença e na qualidade” afirmou Ariosvaldo Figueiredo. A classe médica discorda do ponto de vista do secretário. “Os médicos têm liberdade para considerar uma carga de trabalho injusta, assim como a remuneração por esse trabalho, mas a secretaria está sendo arbitrária e muitas autoridades públicas se aproveitam da crise para denegrir a categoria”, declarou o presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais.

Para o presidente da Câmara o impasse precisa ser resolvido com urgência. “ É preciso resolver a situação porque a saúde da população não pode esperar. Com tantos técnicos na área e a participação dos poderes públicos, o problema poderia ser resolvido de maneira mais rápida”, declarou Maurílio Zacarias.

Em sua fala na audiência o prefeito Ângelo Oswaldo (PMDB) reiterou diversas vezes que não pretende fazer mudanças no comando da secretaria de saúde. “O secretário Arioswaldo Figueiredo tem responsabilidade social e está comprometido com o SUS. Não posso abrir mão de um profissional dessa natureza”, afirmou. “Os pacientes percebem que a saúde melhorou, os impacientes é que estão incomodados com algumas mudanças que vem acontecendo. Há alguns pontos que tem que ser corrigidos e estaremos sempre dispostos a harmonizar os interesses para que cada profissional cumpra bem seu papel na construção da saúde pública” disse o prefeito.

Mídia

A cobertura da crise feita pela imprensa local também foi discutida na audiência. “Às vezes nós não temos a capacidade de ir à Câmara Municipal, mas vamos à imprensa achando que ela tem o poder de resolver tudo. Eu digo com todo o carinho e respeito pela imprensa: ela não é o Ministério Público, não é a Câmara, não é a Prefeitura” disse o padre César Eduardo, membro da Pastoral da Saúde da Santa Casa. “É preciso dar um basta nessa postura de ‘bater’, adotada no debate sobre a saúde. Todos ‘batem’ uns nos outros o tempo inteiro, mas não se preocupam em estabelecer o diálogo”, declarou.

Foto: PResidente Maurílio Zacarias pediu que impasse entre médicos e secreteria de saúde termine urgentemente

Publicado por: Assessoria de Comunicação em 03/04/2007

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